Informativo Mensal: Balança Comercial da Região Metropolitana de Campinas Março / 2020

Responsável:

Prof. Dr. Paulo Ricardo da Silva Oliveira

Sumário Executivo

O Observatório PUC-Campinas tem como missão compartilhar com a comunidade interna e externa conhecimentos gerados a partir do acompanhamento de dados e indicadores que refletem a realidade socioeconômica da Região Metropolitana de Campinas (RMC).  Esta ação é importante, pois os primeiros passos para discussão e formulação de políticas de desenvolvimento regional passam, necessariamente, pela compreensão da realidade socioeconômica regional por parte dos diversos atores da sociedade.

Este informativo apresenta e discute os principais dados da balança comercial da RMC para o mês de fevereiro/2020. Os dados utilizados nas análises são da base do Ministério da Economia[1]. Além dos dados quantitativos, agregados e desagregados por município, apresenta-se a qualificação da pauta de exportação e importação da RMC, a partir de cruzamentos dos dados de comércio com os Índices de Complexidade Econômica de Produtos, calculados pelo Observatório de Complexidade Econômica do MIT Média Lab[2].

Este informativo inclui alguns dados sobre os impactos da covid-19 na balança comercial da RMC com a China.

Dentre as informações analisadas, destacam-se:

  1. Houve decrescimento de -12,41% nas exportações e -3,22% nas importações da RMC, resultando em queda de -2,23% no déficit regional, na comparação entre fevereiro/2020 e fevereiro/2019.
  2. Houve queda na exportação de partes e acessórios de veículos (média-alta), pneus (média-média) [PO1] e partes de motores à combustão (média-alta). Houve aumento das exportações de óleo e outros resíduos de soja (média-baixa), medicamentos (média-alta) e polímeros de propileno (média-média), entre outros.
  3. Houve queda na importação de circuitos eletrônicos integrados (média-alta), aparelhos telefônicos (média-alta) e partes e acessórios para veículos (média-alta). Enquanto isso, houve crescimento nas compras externas de agroquímicos (média-média) e outros compostos químicos orgânicos e inorgânicos (média-alta).
  4. Nos dois primeiros meses de 2020, a RMC importou 1,96 bilhão de dólares, enquanto exportou menos de um terço deste valor, 563,68 milhões de dólares. Como resultado, acumulou déficits comerciais no montante de 1,40 bilhão de dólares.
  5. Os dados sugerem maior atividade econômica, no acumulado do ano, para segmentos da indústria química, farmoquímica e agroquímica, mas indicam desaquecimento em segmentos da indústria de aparelhos telefônicos, eletrônicos e automobilística.  
  6. O efeito do coronavírus na atividade econômica chinesa reduziu as importações e exportações da RMC com a China.

Em suma, o déficit comercial da RMC continua elevado, embora em contração pela queda das importações. Para o desenvolvimento econômico sustentado, é desejável a redução da dependência externa, e o aumento da competitividade externa (exportações), sobretudo em produtos de maior complexidade econômica. 

Balança Comercial e Complexidade em fevereiro/2020

A Tabela 1 traz os dados da balança comercial da RMC para os meses de fevereiro entre 2010 e 2020.

Tabela 1 – Balança Comercial da RMC para o mês de fevereiro de 2010 a 2020, valores em milhões de USD/FOB.

Período Valor Exp. % Exp. SP Valor Imp. % Imp. SP Saldo RMC Saldo SP
Fev./10 354,70 10,30 733,99 16,23 -379,29 -1080,93
Fev./11 438,04 9,81 865,76 15,02 -427,72 -1299,08
Fev./12 352,15 7,86 940,70 15,42 -588,54 -1623,53
Fev./13 349,55 8,17 977,81 17,28 -628,26 -1380,03
Fev./14 349,62 8,21 1008,41 15,98 -658,79 -2054,25
Fev./15 276,74 8,31 973,84 16,55 -697,09 -2554,47
Fev./16 263,97 5,94 697,19 17,85 -433,22 541,87
Fev./17 307,52 7,55 666,25 17,55 -358,73 274,06
Fev./18 384,13 8,18 871,37 19,22 -487,25 163,20
Fev./19 336,97 8,33 899,88 20,21 -562,91 -408,12
Fev./20 295,15 7,84 870,92 21,95 -575,76 -202,41

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do Ministério da Economia.

A partir dos dados daTabela 1, é possível verificar que as exportações de Fev./2020 – 295,15 milhões dólares – apresentaram decrescimento de -12,41% em relação ao mesmo período de 2019.  Este é o terceiro pior desempenho das exportações para o mês de fevereiro em 10 anos. Por outro lado, a participação nas exportações do estado de São Paulo (7,84%) manteve-se nos patamares históricos mais altos, indicando que, apesar da queda nas exportações, a RMC manteve sua participação relativa nas exportações do estado. As importações totalizaram 870,92 milhões de dólares, no mesmo período, um decrescimento de -3,22% em comparação a fevereiro de 2019. A participação da RMC nas importações do estado (21,95%), foi a maior da década. O saldo da balança comercial, 575,76 milhões de dólares, teve redução de -2,23%, puxado pela queda nas importações. É preciso destacar que, no período, o déficit comercial da RMC foi quase 3 vezes maior que o déficit de todo o estado de São Paulo.

A Tabela 2 mostra as exportações da RMC para o mês de fevereiro de 2020, agregadas de acordo com o grau de complexidade econômica dos produtos exportados. Produtos considerados mais complexos são produzidos em países com maior grau de sofisticação tecnológica das estruturas produtivas[3], portanto com maiores níveis de produtividade e renda.  Esses produtos demandam mais conhecimento para serem produzidos, e estão associados à demanda por mão de obra mais qualificada e maiores salários.

Tabela 2 – Grau de Complexidade das Exportações – comparação entre fevereiro/2020 e fevereiro/2019, valores em milhões de USD.

*Exclusive serviços de bordo e demais produtos sem classificação.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do Ministério da Economia e Observatório da Complexidade Econômica.

Dado o peso das categorias de complexidade, a queda de -13,55% nas exportações está relacionada à queda considerável no valor exportado de produtos das categorias de média-alta complexidade (-74,91%) e média-média complexidade (-68,86%). Os principais produtos relacionados à queda nas exportações de média-alta foram peças e acessórios para automóveis (-21,25%), partes de motor à combustão (-24,21%) e veículos automotores (-80,78%). O decrescimento só não foi maior devido ao aumento das exportações de medicamentos (+12,55%).

O decrescimento na categoria de média-média deu-se, sobretudo, pela queda das vendas externas de pneus (-12,42%) e outras preparações e conservas de carne (-5,39%). O aumento das exportações de polímeros de propileno (+49,59%) contrabalanceou positivamente a queda das exportações desta categoria.

Em relação à queda da categoria de média-baixa complexidade (-25,06%), houve queda nas exportações de óleos de petróleo bruto (-45,55%), parcialmente compensada pelo aumento das exportações de farelo de soja (+1157%).  Na categoria de baixa complexidade, houve quedas nas exportações de outras sementes e frutos oleaginosos (-64,97%), bem como mandioca e outros tubérculos semelhantes (-77,65%), as quais foram parcialmente compensadas pelo aumento de +180% nas exportações de algodão.  Por fim, a queda da categoria de alta complexidade (-74,38%) está relacionada à redução das vendas externas de equipamentos para análises físicas e químicas (-52,77%), compensada parcialmente pelo aumento das exportações de centros de usinagem (+111%).

A Tabela 3 mostra as importações da RMC para o mês fevereiro de 2020, agregadas de acordo com o grau de complexidade econômica dos produtos importados.

Tabela 3 – Grau de Complexidade das Importações – comparação entre fevereiro/2020 e fevereiro/2019, valores em milhões de USD.

*Exclusive produtos sem classificação.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do Ministério da Economia

Partindo-se das categorias de maior representatividade, no grupo de média-alta complexidade (-5,75%) houve queda na importação de circuitos eletrônicos integrados (-12,11%), telefones e partes (-10,87%), partes e acessórios de automóveis (-13,55%), entre outros. A queda foi parcialmente compensada pelo aumento das importações de outros compostos orgânicos e inorgânicos (+202%).

Para a categoria de média-média complexidade (+5,67%), destaca-se o aumento das importações de agroquímicos (+16,41%), carbonatos (+121%), entre outros. Houve queda, no entanto, na importação de outras preparações para alimentação animal (-13,07%).

A queda das compras externas da categoria de produtos de média-baixa complexidade (-10,00%) deu-se, sobretudo, pela queda nas importações de sementes, frutos e esporos (-54,58%), fertilizantes químicos ou minerais (-31,43%), entre outros. As importações de óleo de petróleo refinado, no entanto, subiram (725%), contrabalanceando a queda nesta categoria.

A queda das importações de baixa complexidade (-36,07%) está associada à diminuição das compras externas de borracha natural (-21,88%) e outras sementes e frutos oleaginosos (-31,41%). Por fim, o aumento nas importações de produtos da alta complexidade (+1,94%) deu-se pelo aumento na importação de centros de usinagem (5571%), embora vários produtos da categoria tenham apresentado queda.

Balança Comercial e Complexidade no Acumulado do ano de 2020

A Tabela 4 traz os dados da balança comercial da RMC para os dois primeiros meses de 2020.

Tabela 4 – Balança Comercial Regional 2020 – valores em milhões de USD/FOB.

Mês Valor das Exp. % RMC/SP Valor das Imp. % RMC/SP Saldo RMC Saldo SP
Janeiro 268,53 8,23% 1097,19 21,67% -828,67 -1800,24
Fevereiro 295,15 7,84% 870,92 21,95% -575,76 -202,41
Total 563,68 1968,11 -1404,42 -2002,65

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do Ministério da Economia e Observatório de Complexidade Econômica.

Em 2020, a RMC já importou 1,96 bilhão de dólares, enquanto exportou 563,68 milhões, isto é, 3,5 vezes menos do que o valor importado. O desequilíbrio entre importações e exportações já rendeu um déficit comercial regional de 1,4 bilhão de dólares, aproximadamente 70% de todo o déficit comercial do Estado de São Paulo.

A tabela 5 traz os principais produtos exportados em 2020.

Tabela 5 – Principais produtos exportados pela RMC em 2020 – valores em milhões de USD/FOB.

Ranque NCM Produto Valor Exp./20 Var. % 19/20 Complexidade
1 3004 Medicamentos 39,08 12,67% média-alta
2 3902 Polímeros de proprileno ou outras olefinas 31,20 -11,23% média-média
3 2304 Soja (óleo e outros resíduos) 28,94 1349,62% média-baixa
4 8708 Peças de Tratores e Veículos Especiais 26,43 -22,22% média-alta
5 4011 Pneus 22,67 -8,42% média-média
6 8409 Peças para motores de ignição por combustão 21,86 -4,99% média-alta
7 5201 Algodão 17,14 218,86% baixa
8 3808 Agroquímicos 13,74 10,18% média-média
9 8703 Automóveis 12,28 -77,29% média-alta
10 3901 Polímeros de Etileno 12,26 -44,15% média-média

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do Ministério da Economia.

Os produtos da Tabela 5 totalizam aproximadamente 40% das exportações totais do acumulado do ano. De maneira geral, houve aumento das exportações de 4 dos 10 principais produtos de exportação, em relação ao mesmo período do ano passado. Os aumentos estão ligados às exportações agrícolas (soja e algodão) e a produtos da indústria química e farmoquímica (medicamentos e agroquímicos). Todos os demais produtos da Tabela 5 sofreram queda nas exportações, indicando pior desempenho exportador da indústria de plásticos (polímeros de etileno e propileno) e do complexo automotivo (automóveis, peças, pneus).

Tabela 6 – Principais produtos importados pela RMC em 2020 – valores em milhões de USD/FOB.

Ranque NCM Produto Valor Imp./20 Var. % 19/20 Complexidade
1 3808 Agroquímicos 240,77 13,24% média-média
2 8517 Aparelhos telefônicos 174,71 -5,35% média-alta
3 8542 Circuitos Eletrônicos Integrados 148,21 -25,76% média-alta
4 8708 Partes e Acessórios de Veículos 85,70 -2,33% média-alta
5 2933 Compostos de Heterocíclico (heteroátomos de nitrogênio) 71,97 -23,17% média-alta
6 8473 Partes e Acessórios para Máquinas de Escritório 55,40 16,35% média-alta
7 2934 Ácidos nucleicos e seus sais 54,42 34,26% média-alta
8 2931 Outros compostos orgânicos e inorgânicos 40,40 38,52% média-alta
9 3002 Antissoros e Vacinas 35,05 30,27% média-alta
10 8471 Computadores 32,99 -38,53% média-alta

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do Ministério da Economia.

Os produtos listados na Tabela 6 totalizam aproximadamente 48% das importações realizadas pela RMC em 2020. Houve crescimento nas importações de 5 produtos da lista. Esses produtos são, sobretudo, da indústria química e farmoquímica (agroquímicos, ácidos nucleicos, outros compostos orgânicos e inorgânicos, e antissoros e vacinas). Fora da indústria química, houve crescimento apenas na importação de partes e acessórios para máquinas de escritório. Os demais produtos sofreram queda nas importações.

Por via de regra, a queda nas importações destes insumos representa desaquecimento das atividades na cadeia produtiva, assim como o aumento das importações representa aquecimento.  Neste sentido, as atividades da indústria química, da farmoquímica e de produção de máquinas de escritório dão sinais de expansão na RMC. Os demais setores dão sinais de desaquecimento na atividade produtiva, sempre em relação ao mesmo período do ano passado. 

A Tabela 7 traz os dados da balança comercial para os municípios da RMC, para fevereiro de 2020.

Tabela 7 – Balança Comercial dos Municípios da RMC – 2020, valores em milhões de USD/FOB.

Município Valor Exportado % EXP. RMC Valor Importado % IMP. RMC Saldo
PAULÍNIA 144,94 25,71 517,64 26,30 -372,69
CAMPINAS 122,06 21,65 447,58 22,74 -325,52
SUMARÉ 60,74 10,77 192,14 9,76 -131,41
INDAIATUBA 54,14 9,61 163,00 8,28 -108,85
VINHEDO 45,49 8,07 90,39 4,59 -44,90
AMERICANA 26,52 4,71 54,61 2,77 -28,09
ITATIBA 20,23 3,59 50,48 2,57 -30,26
COSMÓPOLIS 15,50 2,75 19,73 1,00 -4,23
MONTE MOR 13,06 2,32 20,12 1,02 -7,06
VALINHOS 12,98 2,30 51,48 2,62 -38,50
NOVA ODESSA 10,92 1,94 12,88 0,65 -1,96
SANTA BÁRBARA D’OESTE 10,09 1,79 16,29 0,83 -6,19
SANTO ANTÔNIO DE POSSE 8,04 1,43 7,15 0,36 0,89
HORTOLÂNDIA 6,98 1,24 139,22 7,07 -132,24
PEDREIRA 4,25 0,75 1,32 0,07 2,93
JAGUARIÚNA 4,21 0,75 167,87 8,53 -163,66
ARTUR NOGUEIRA 2,61 0,46 7,39 0,38 -4,78
MORUNGABA 0,79 0,14 1,82 0,09 -1,03
ENGENHEIRO COELHO 0,11 0,02 0,15 0,01 -0,04
HOLAMBRA 0,02 0,00 6,84 0,35 -6,83

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do Ministério da Economia.

 Nota-se que, para o mês de fevereiro, as exportações de Paulínia superaram as exportações de Campinas. Dentre os municípios que mais exportaram, Sumaré e Indaiatuba, onde operam grandes produtores de materiais de transporte (ex. montadoras), continuam se destacando pelos menores impactos que causam no agravamento do déficit da balança comercial regional. Vale destacar que, embora com participação pouco expressiva na balança regional, o único município com saldo positivo em fevereiro é Pedreira.

Dentre os municípios que exportaram menos, destacam-se os casos de Hortolândia e Jaguariúna, dado o alto volume de importação de empresas localizadas nestes municípios.  Estes municípios são sedes de grandes empresas multinacionais produtoras de máquinas automáticas para processamento de dados (ex. computadores) e de aparelhos de telefonia (ex. celulares), que importam grandes volumes de partes e componentes e exportam pequenos volumes de produtos acabados.

Balança Comercial China – RMC fevereiro/2020 e Coronavírus

A atividade comercial entre a China e a RMC é bastante intensa, já que o país é um grande fornecedor para a indústria regional. Do lado da importação, a China é o principal parceiro comercial (aprox. 23% das importações regionais), vendendo para as empresas industriais da RMC, sobretudo, telefones, circuitos integrados, partes e acessórios de máquinas de escritório e componentes químicos (por exemplo, compostos heterocíclicos de nitrogênio).  Na exportação, a China não tem participação expressiva (aprox. 3%), comprando da RMC polímeros de etileno e propileno, circuitos eletrônicos integrados, algodão não cardado e medicamentos.

A comparação entre os dados de fevereiro/19 e fevereiro/20 revela que houve queda na importação (-12,50%), dada a queda nas compras de vários produtos chineses, incluindo telefones, partes e acessórios de máquinas de escritório, circuitos eletrônicos integrados e alguns compostos químicos.

Na exportação, ao contrário do ocorrido com os dados de janeiro/2020, houve queda de -70,16% no período. Houve queda nas vendas de produtos como polímeros de etileno (plásticos), contadores de gases, medicamentos, fios sintéticos (têxtil), bombas de ar ou vácuo, entre outros. A Tabela 8 resume essas informações e apresenta as variações percentuais no período.

Tabela 8 – Variações na Balança Comercial da RMC com a China Fev./19 vs. Fev./20 – valores em milhões de dólares FOB.

Importação
Valor Imp. (fev./19) Valor Imp. (fev./20) Var. 19/20
Telefonia 36,18 13,85 -61,70%
Partes e Acessórios Máq. Escritório 18,91 17,19 -9,10%
Compostos Heterocíclicos Nitrogênio 11,06 9,76 -11,73%
Ácidos Nucleicos e seus sais 6,47 4,39 -32,08%
Exportação
Valor Exp. (fev./19) Valor Exp. (Fev/20) Var. 19/20
Polímeros de Etileno 2,41 0,30 -87,62%
Contadores de gases, líquidos e eletricidade 1,95 0,00 na
Fios e Filamentos sintéticos 0,77 0,15 -79,75%
Medicamentos 0,82 0,03 -95,36%

Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do Ministério da Economia.

Considerando-se o comportamento da pauta de janeiro/2020 com a China, observa-se que a queda da importação de produtos de telefonia e compostos químicos tem se mostrado consistente em relação ao mesmo período do ano passado. Isso reforça a hipótese de que o efeito de queda está relacionado à epidemia de covid-19 na China. Do lado das exportações, a queda tem sido consistente para os polímeros de etileno. Os demais produtos, com maior volume de exportação em fevereiro de 2019, diferem dos produtos de janeiro de 2019, dificultando a comparação. Destaca-se, no entanto, que a exportação de medicamentos, que teve crescimento exponencial em janeiro de 2020, teve forte queda em fevereiro de 2020, sempre em comparação com o mesmo período do ano passado. Os efeitos da covid-19 na balança RMC-China devem ficar mais claros com os dados dos próximos meses.


[1] http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior

[2] https://atlas.média.mit.edu/en/resources/about/

[3] Mais detalhes sobre o Índice de Complexidade de Produtos (PCI, em inglês) podem ser encontrados em https://atlas.média.mit.edu/en/. Nossa classificação em 5 categorias (Baixa, Média-baixa, Média, Média-alta e Alta complexidade) é resultado de aplicação metodológica original.



Prof. Dr. Paulo Ricardo da Silva Oliveira

Graduado em Ciências Econômicas e Administração com Ênfase em Comércio Exterior pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), mestre e doutor em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Sou professor extensionistas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), onde desenvolvo um projeto de desenvolvimento e acompanhamento de indicadores da produção industrial, agrícola e da inserção internacional da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Paralelamente, desenvolvo pesquisas nas áreas de economia internacional e industrial, mais especificamente em temas ligados aos impactos da inovação tecnológica e da regulação nos fluxos internacionais de comércio. (Fonte: Currículo Lattes)


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