Observatório PUC-Campinas
Informativo Mensal: Cesta Básica Campinas
Responsável: Prof. Me. Pedro de Miranda Costa
Assistente: Alex Antônio Villalta Nunes
Volume 3 | N. 12| 2024
Informações Rápidas
Introdução
O Observatório PUC-Campinas publica o custo da cesta básica e suas variações de preço na cidade de Campinas referentes ao mês de novembro de 2024.
A cesta básica em Campinas apresentou um aumento de 2,13% no mês de novembro de 2024, passando a ficar no valor de R$ 754,55, com um aumento de R$ 15,75 quando comparado ao mês de outubro.
Considerando-se o custo da cesta e a preconização de que o salário-mínimo seja suficiente para a aquisição de três, o valor do salário-mínimo necessário deveria ser de R$ 2.263,64. Ainda, com os valores atualizados, apenas uma cesta compromete 53,4% do valor do salário-mínimo vigente.
Composição da cesta básica
Na tabela abaixo, são apresentados, como de praxe, os itens e as quantidades que compõem a cesta, conforme metodologia do DIEESE:
Fonte: DIEESE
Custo da cesta básica, variações e participação
No mês de novembro de 2024, o custo da cesta básica para uma pessoa na cidade de Campinas foi de R$ 754,55, apresentando um aumento de 2,13%. Esse aumento levou o valor da cesta a um custo próximo do apurado em março de 2024, quando estava custando R$ 749,67, demonstrando, assim, uma retomada do encarecimento dos preços, que se reflete também nos itens da cesta básica. Após demonstrar uma queda no mês de agosto, o preço sofreu três altas consecutivas.
Dos 13 itens pesquisados, apenas quatro apresentaram redução em seus preços; e os outros nove, um aumento em comparação com o mês anterior.
Na tabela a seguir, são apresentadas as variações de cada item e o peso na cesta.
Fonte: Observatório PUC-Campinas
Nos gráficos abaixo, estão indicadas as variações (em percentuais e em reais) de cada item no mês de novembro/24 em relação ao mês anterior.
Fonte: Observatório PUC-Campinas.
Fonte: Observatório PUC-Campinas
Destaques do mês
O item com alta mais impactante foi o óleo, com aumento considerável de 14,30%, representando um custo adicional na cesta.
Esse aumento ocorreu porque o preço do óleo de soja subiu consideravelmente durante o período, impulsionado pela alta demanda interna e externa. No Brasil, o aquecimento do mercado de biodiesel, associado à competição com exportadores internacionais, sustentou a elevação dos preços. No cenário global, os estoques reduzidos de óleo de soja nos Estados Unidos, o menor volume desde 2014, e a crescente demanda por biocombustíveis também contribuíram para a valorização. Adicionalmente, houve um aumento do esmagamento de soja no Brasil, reflexo da forte procura pelo derivado, tanto no mercado interno quanto no externo.
Entre os principais itens que apresentaram aumento estão o óleo (14,30%), a batata (12,30%), o café (6,60%) e a carne (5,67%).
Já entre os itens que apresentaram uma redução estão a banana (-8,59%), o leite (-3,60%), a farinha (-1,01%) e, consequentemente, o pão francês (-1,17%).
A redução do preço da banana ocorreu porque, no período entre outubro e novembro, houve uma queda no preço devido à rápida maturação, decorrente do clima quente e das chuvas, fazendo com que houvesse um aumento de sua oferta, porém houve uma diminuição de sua demanda por conta dos feriados de novembro, o que acabou influenciando as cotações.
Abaixo, apresentamos um gráfico da variação de preço dos itens que compõem a cesta básica desde o início do ano de 2024 até o mês de novembro.
Fonte: Observatório PUC-Campinas
Entre as variações acumuladas nos dez meses do ano destacam-se:
Entre as ALTAS:
Café 35,09%
Óleo 25,85%
Leite 21,32%
Entre as BAIXAS:
Tomate -31,54%
Feijão -2,80%
Farinha -1,42%
Comparativos com outras capitais
Apresenta-se, no gráfico abaixo, o comparativo com outras 17 capitais com apuração do CUSTO da cesta básica por parte do DIEESE.
Fonte: DIEESE e Observatório PUC-Campinas
No comparativo com as 17 capitais cujos custos da cesta básica são apurados pelo DIEESE, Campinas encontra-se em 6º lugar, assim como no mês anterior.
No gráfico abaixo, há o comparativo da VARIAÇÃO do custo da cesta em Campinas em relação a outras capitas:
Fonte: DIEESE e Observatório PUC-Campinas
Comparado ao mês de outubro, todas as capitais registraram aumento no custo dos produtos presentes na cesta básica, sendo o menor aumento percentual de 0,34%, em Florianópolis, e o maior, de 5,47%, em Recife. As informações do gráfico “Cesta Básica Campinas e Capitais: Variações Acumuladas Ano” evidenciam que essa variação de preços coletiva propiciou o aumento do valor da cesta básica de 2024, quando comparada ao ano anterior, em todas as capitais.
Comparação com o salário-mínimo
Fonte: Observatório PUC-Campinas
A comparação com o valor do salário-mínimo é importante, pois reflete a variação do poder de compra do trabalhador. Nesse mês de novembro/24, foi registrado o terceiro aumento consecutivo, após agosto, que apresentou, até o momento, o menor preço da cesta. Em novembro/24, uma cesta representou 53,4% do salário-mínimo (de R$1.412,00). Em outras palavras, foi possível adquirir apenas uma cesta básica com o salário-mínimo vigente.
Fonte: Observatório PUC-Campinas
Campinas e capitais – acumulados em 2024
No gráfico abaixo, são apresentados os dados da variação acumulada do valor da cesta básica para Campinas e outras 16 capitais.
Fonte: DIEESE e Observatório PUC-Campinas
A cesta básica na cidade de Campinas acumula alta de 5,67% no ano. Essa variação, no comparativo com outras capitais, situa-se em posição intermediária, tendo a cesta, em Campinas, apresentado a nona maior variação em 2024.
Fonte: Observatório PUC-Campinas
Restando um mês para o final do ano, o acumulado de 5,67% projeta um fechamento com variação próxima daquela que se espera para os índices gerais de preços.
Na cidade de Campinas, a cesta apresentou um pico importante no mês de junho, que foi amenizado por duas quedas consecutivas e significativas em julho e agosto. A partir de então, tem-se experimentado altas consistentes, que se mostram em vários produtos e são observadas em muitas das outras capitais.
Tal cenário projeta expectativas no sentido de uma variação acumulada da cesta no ano, que ultrapassa a casa dos 6%.