SETOR AUTOMOBILÍSTICO PUXA QUEDA NAS EXPORTAÇÕES DA RMC, APONTA OBSERVATÓRIO PUC-CAMPINAS

Déficit comercial chega a US$ 2,75 bilhões no ano; contudo, economista vê indícios de intensificação na produção agrícola.

A queda de 1,3% na produção industrial no Brasil, divulgada recentemente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), já começa a ter os reflexos percebidos em nível regional. O setor automobilístico, carro chefe dos produtos industrializados na Região Metropolitana de Campinas (RMC), apresentou retração expressiva no mês de abril em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo estudo do Observatório PUC-Campinas, as exportações de veículos de passageiros caíram em 14,7%.

Com o resultado, que também está associado à crise econômica na Argentina – grande parceira comercial da região, sobretudo no setor automobilístico –, o destaque do mês ficou por conta do agronegócio: além do crescimento observado nas exportações de soja, frutas e etanol, houve um aumento significativo de 301, 8% no valor importado de agroquímicos – como inseticidas, fungicidas e herbicidas –, indicando possível intensificação da produção agrícola.

Contudo, o desempenho não foi capaz de corrigir o desequilíbrio da balança comercial regional: no acumulado do ano, a RMC importou 4,15 bilhões de dólares (8,76% a mais em relação a 2018) e exportou 1,39 bilhões de dólares (retração de 11,58% na comparação com o mesmo período do ano passado), resultando em um déficit, até o momento, de US$ 2,75 bilhões.

Outra questão preocupante é a redução nas exportações de produtos de maior complexidade, que exigem mais sofisticação tecnológica das estruturas produtivas e estão associados a maior nível de produtividade e renda. A venda de insumos de média-alta complexidade, por exemplo, apresentou queda de 6,1% em relação a abril de 2018, puxada pela redução no valor exportado em categorias como veículos para transporte de pessoas, peças e acessórios para automóveis, entre outras.

 

 

“Para o crescimento econômico sustentado, é desejável a redução da dependência da compra de importados e aumento da competitividade externa (exportações), sobretudo em produtos de maior complexidade econômica”, salienta o economista Paulo Oliveira, responsável pelas análises.

O Município de Campinas, como sempre, teve maior participação nas transações de abril, tendo exportado o valor de US$ 338,34 milhões, e importado o equivalente a US$ 983,16 milhões. As cidades Paulínia, Indaiatuba, Sumaré, Vinhedo, Hortolândia e Jaguariúna ostentaram números expressivos.



Estudo Anterior

Próximo Estudo

Boletim Observatório

Assine nosso boletim e receba no seu e-mail atualizações semanais