Informativo Mensal: Mercado de Trabalho na Região Metropolitana de Campinas, V.1, N.1, 2018

PROFESSOR EXTENSIONISTA (PUC-Campinas):

Profa. Dra. Eliane Navarro Rosandiski

Destaques:

  1. Em julho de 2018, a Região Metropolitana de Campinas (RMC) apresentou um saldo de 868 novos postos de trabalho, porém este saldo não foi suficiente para reverter a queda de 2.532 postos de trabalho observada em junho.
  2. No acumulado do ano, foram criados 8.717 novos postos, representando 6% de SP e 2% do saldo nacional.
  3. Dentre os novos contratos de trabalho gerados na RMC,  5,5% são de contratos por prazo determinado ou contratos intermitentes.
  4. O salário médio dos admitidos na RMC foi de R$ 1.710,62. O salário dos admitidos com contrato intermitente equivale a 66% deste valor, enquanto o dos admitidos com contrato por prazo determinado equivale a 93%.
  5. Por outro lado, o salário médio dos admitidos é 89% do valor do salário médio dos demitidos.
  6. Em média, os trabalhadores demitidos tinham mais de 2 anos de serviço (26,8 meses).
  7. Com saldos de 744 e 725 novos postos, Campinas e Indaiatuba se destacaram na geração de emprego na RMC. No entanto, Paulínia e Santa Bárbara apresentaram os piores resultados: queda de 716 e 305, respectivamente.
  8. Por escolaridade, o saldo positivo de 1.177 profissionais com nível de ensino médio compensou a redução nas demais faixas.
  9. Por setor de atividade, os destaques positivos nas atividades de comércio e serviços: 585 e 656, respectivamente, compensaram o saldo negativo de 499 postos de trabalho na construção civil.
  10. Nos serviços, o maior destaque foi o segmento de alojamento e alimentação.

1- Indicadores

Os dados sobre o fluxo de admitidos e demitidos, divulgados mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), permitem identificar as características do mercado de trabalho.  O foco deste Informativo é a Região Metropolitana de Campinas, porém antes de apresentar as características deste fluxo, é importante destacar que:

Com a geração de 868 novos postos de trabalho, em julho de 2018, o volume total de emprego na RMC, gerado no ano de 2018, chegou a 8.717 novos postos de trabalho. Este volume representa 6% do total do saldo gerado no Estado de São Paulo e 2% do saldo nacional. Estes percentuais corroboram o dinamismo das atividades econômicas  situadas na RMC.

Chama atenção também o fato de que 5,5% do fluxo de admitidos terem sido nas modalidades de contrato temporário e de contrato intermitente. Este volume de contratos, embora pequeno, é preocupante, pois, em média, os salários médios dos contratados na modalidade intermitente são 66% do valor da média dos salários dos admitidos (R$ 1.710,62) e os parciais, 96% deste valor.

Vale dizer que este tipo de contrato reflete o momento de extrema dificuldade vivida pela economia brasileira, marcado por profundas incertezas no campo político e por importantes mudanças na regulação do trabalho.

O fato de os demitidos apresentarem, em média, pouco mais de 2 anos de serviço, somado à constatação de que os salários médios dos admitidos representam 87% do valor pago aos demitidos, reflete os efeitos desse ajuste de custos sobre o mercado de trabalho.

Por fim, a comparação dos saldos de emprego e dos salários médios dos contratados entre janeiro e julho de 2018 com o de 2017 confirmam o cenário de incertezas vivido pela economia, visto que não há nenhuma sazonalidade observada nos fluxos de emprego e na evolução salarial.

Gráfico 2 – Evolução do Salários Médios dos Admitidos na RMC – jan a junho de 2018

2- Perfil do emprego segundo características selecionadas

Os indicadores mais gerais, apresentados no item anterior, serão complementados com informações quanto ao saldo de emprego e salário médio segundo características específicas. Tais informações permitirão visualizar mais detalhadamente como as estratégias de uso do trabalho alteram o perfil de mercado de trabalho formal na Região Metropolitana de Campinas.

Por município, observa-se que, em julho, Campinas e Indaiatuba apresentaram os melhores resultados na RMC: saldo positivo de 744 e 725 postos de trabalho, respectivamente.

Os maiores salários médios dentre os admitidos foram observados nos municípios de Jaguariúna e Hortolândia. No entanto, neste último município, o saldo negativo do emprego no mês de julho continuou a tendência observada em junho.

Paulínia e Santa Bárbara d’Oeste apresentaram maiores saldos negativos de emprego: 716 e 305, respectivamente.  Vale destacar que, no mês de junho, Santa Bárbara d’Oeste também apresentou um saldo negativo de emprego.

Por Escolaridade, chama atenção o saldo positivo de 1.177 postos para o nível médio. Este saldo mais do que compensou a redução de 654 vagas verificada no mês anterior. Porém, nesta faixa etária, o valor da remuneração média de R$ 1.481 fica abaixo da média de R$ 1.701 observada na RMC.

Por Faixas de Idade, o saldo positivo foi concentrado na seleção de pessoas com idade entre 18 e 24 anos, com uma média salarial de R$ 1.378.

Por outro lado, na faixa etária de 50 a 64, ocorreu o pior saldo negativo: 850 postos. Este saldo negativo se soma ao saldo negativo de 893 postos no mês  de junho. 

Por setores de atividade, observou-se que o maior dinamismo na geração de emprego foi oferecido pelas atividades que compõem os setores de Comércio e de Serviços, em ambos os setores o volume positivo do emprego gerado em julho compensou o saldo negativo observado em junho.  Importante destacar que, nestes dois setores, os salários médios dos contratados ficaram abaixo da média da RMC.

Entre os segmentos que compõem o setor de comércio, o saldo positivo do emprego foi observado tanto no atacadista como no varejista. Vale destacar que, neste último, os salários médios dos contratados foram maiores que os da média da RMC.

Já entre os segmentos que compõem o setor de serviços, o comportamento do saldo de emprego acompanha o perfil mais heterogêneo dessas atividades.  O maior saldo positivo da geração de emprego ocorreu nas atividades de alimentação, alojamento e manutenção, seguidas das atividades de serviços de técnicos. Por outro lado, chama atenção o saldo negativo de 317 postos de trabalho nas atividades de comunicação e transportes. Do ponto de vista da remuneração, o segmento de alimentação, alojamento e manutenção apresentou salário médio dos contratados abaixo da média da RMC.

Entre os segmentos industriais, o desempenho negativo da indústria têxtil e vestuário foi compensado pelos saldos positivos das indústrias mecânica, de transportes e química. Com relação à dinâmica industrial, observou-se que o comportamento relativamente estável do emprego no setor está muito distante de compensar a queda de 1.166 vagas ocorrida em junho.

Por fim, entre os setores de atividade, o pior resultado de julho foi na construção civil:  redução de 499 postos de trabalho.

Por município, observa-se que, em julho, Campinas e Indaiatuba apresentaram os melhores resultados na RMC: saldo positivo de 744 e 725 postos de trabalho, respectivamente.

Os indicadores mais gerais, apresentados no item anterior, serão complementados com informações quanto ao saldo de emprego e salário médio segundo características específicas. Tais informações permitirão visualizar mais detalhadamente como as estratégias de uso do trabalho alteram o perfil de mercado de trabalho formal na Região Metropolitana de Campinas.

Os maiores salários médios dentre os admitidos foram observados nos municípios de Jaguariúna e Hortolândia. No entanto, neste último município, o saldo negativo do emprego no mês de julho continuou a tendência observada em junho.

Paulínia e Santa Bárbara d’Oeste apresentaram maiores saldos negativos de emprego: 716 e 305, respectivamente.  Vale destacar que, no mês de junho, Santa Bárbara d’Oeste também apresentou um saldo negativo de emprego.

Por Escolaridade, chama atenção o saldo positivo de 1.177 postos para o nível médio. Este saldo mais do que compensou a redução de 654 vagas verificada no mês anterior. Porém, nesta faixa etária, o valor da remuneração média de R$ 1.481 fica abaixo da média de R$ 1.701 observada na RMC.

Por Faixas de Idade, o saldo positivo foi concentrado na seleção de pessoas com idade entre 18 e 24 anos, com uma média salarial de R$ 1.378.

Por outro lado, na faixa etária de 50 a 64, ocorreu o pior saldo negativo: 850 postos. Este saldo negativo se soma ao saldo negativo de 893 postos no mês  de junho.

Por setores de atividade, observou-se que o maior dinamismo na geração de emprego foi oferecido pelas atividades que compõem os setores de Comércio e de Serviços, em ambos os setores o volume positivo do emprego gerado em julho compensou o saldo negativo observado em junho.  Importante destacar que, nestes dois setores, os salários médios dos contratados ficaram abaixo da média da RMC.

Entre os segmentos que compõem o setor de comércio, o saldo positivo do emprego foi observado tanto no atacadista como no varejista. Vale destacar que, neste último, os salários médios dos contratados foram maiores que os da média da RMC.

Já entre os segmentos que compõem o setor de serviços, o comportamento do saldo de emprego acompanha o perfil mais heterogêneo dessas atividades.  O maior saldo positivo da geração de emprego ocorreu nas atividades de alimentação, alojamento e manutenção, seguidas das atividades de serviços de técnicos. Por outro lado, chama atenção o saldo negativo de 317 postos de trabalho nas atividades de comunicação e transportes. Do ponto de vista da remuneração, o segmento de alimentação, alojamento e manutenção apresentou salário médio dos contratados abaixo da média da RMC.

Entre os segmentos industriais, o desempenho negativo da indústria têxtil e vestuário foi compensado pelos saldos positivos das indústrias mecânica, de transportes e química. Com relação à dinâmica industrial, observou-se que o comportamento relativamente estável do emprego no setor está muito distante de compensar a queda de 1.166 vagas ocorrida em junho.

Por fim, entre os setores de atividade, o pior resultado de julho foi na construção civil:  redução de 499 postos de trabalho.


Profa. Dra. Eliane Navarro Rosandiski

Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas (1992), mestrado em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (1996) e doutorado em Economia Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (2002).É professora-extensionista da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, com vínculo integral de 40 horas semanais. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Economia dos Recursos Humanos, atuando principalmente nos seguintes temas: mercado de trabalho, política pública e economia solidária. (Fonte: Currículo Lattes)


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