Informativo Mensal: Mercado de Trabalho na Região Metropolitana de Campinas, V.1, N.4, 2018

PROFESSOR EXTENSIONISTA (PUC-Campinas):

Profa. Dra. Eliane Navarro Rosandiski

Destaques:

  1. No acumulado do ano, a Região Metropolitana de Campinas (RMC) apresentou um saldo de 14.232 novos postos, representando 6,6% de SP e 2,0% do saldo nacional.
  2. O município de Campinas recuperou seu dinamismo na geração de emprego na RMC: 594 novos postos. Também Santa Bárbara d’Oeste, Paulínia e Americana apresentaram saldos positivos na geração de emprego. No entanto, em Jaguariúna observou-se o saldo negativo de 246  postos de trabalho.
  3. Por escolaridade, tal como em setembro, e com mais intensidade, verificou-se que a geração de postos de trabalho novamente se concentrou no perfil de nível de ensino médio – 1.605 novos postos. Além disso, 1.731 vagas foram preenchidas com jovens entre 18 e 24 anos.
  4. A remuneração média  por faixa de idade e por perfil de escolaridade mostra que a remuneração paga aos jovens de 18 a 24 anos é 81% do salário médio dos admitidos na RMC e que os empregados com ensino médio recebem em torno de 86% dessa média. 
  5. Neste mês de outubro, 53% das novas vagas na RMC foram preenchidas por mulheres. No entanto, o salário médio das mulheres admitidas era em torno de 84% dos salários médios dos homens admitidos. 
  6. Por setor de atividade, a dinâmica da geração de emprego continua sendo as atividades de serviços − 967 novas vagas − e de comércio − 771 novos postos. Dentre os segmentos do terciário, o destaque foi o comércio varejista, com saldo de 614 postos, mas com salário de R$ 1.475,40.
  7. No entanto, a Indústria de Transformação voltou a apresentar o saldo negativo de 154 vagas, em especial nos segmentos de produtos alimentícios e no têxtil e vestuário, este último ainda não reverteu sua tendência de queda. O saldo industrial só não foi pior pois o segmento da química continuou apresentando saldo positivo.

  1. Indicadores

As características do mercado de trabalho da Região Metropolitana de Campinas (RMC) são construídas a partir dos dados sobre o fluxo de admitidos e demitidos (CEGED) divulgados mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Em outubro de 2018, a RMC, com o saldo de 1.371 novos postos de trabalho, mesmo abaixo do observado em setembro, fez com que, no acumulado do ano, apresentasse um saldo de 14.232 novos postos, representando 6,6% de SP e 2,0% do saldo nacional .

O percentual de 4% de contratos por prazo determinado ou contratos intermitentes  ficou abaixo dos 4,9% observados no Estado de São Paulo e de 6,2% no Brasil.

O salário médio dos admitidos na RMC foi de R$ 1.745,59. O salário dos admitidos com contrato intermitente ficou em torno de 57% do valor do salário médio dos admitidos na RMC. Por outro lado, o  salário médio dos admitidos manteve a tendência e ficou 92% do valor do salário médio dos demitidos

O movimento de contratação e demissão continua sinalizando para a rotatividade no mercado de trabalho, visto que os demitidos apresentaram, em média, pouco mais de dois anos de serviço (25 meses). Os salários médios dos admitidos representam 90% do valor pago aos demitidos. Indicadores quanto à participação da mulher no mercado de trabalho mostram que 53% das novas vagas na RMC foram preenchidas por mulheres. No entanto, o salário médio das mulheres admitidas era em torno de 84% dos salários médios dos homens admitidos.

2. Perfil do emprego segundo características selecionadas

Os indicadores mensais do mercado de trabalho regional são complementados com as informações do saldo de emprego e salário médio segundo características específicas.

Campinas, Santa Bárbara d’Oeste e Paulínia apresentaram os melhores saldos de geração de emprego: 594, 262 e 191 novos postos, respectivamente. Na sequência de destaques, apresentam-se os  municípios de Americana e Sumaré. No entanto, Jaguariúna apresentou um saldo negativo de 216 postos de trabalho.

Por escolaridade, tal como em setembro, verificou-se que a geração de postos de trabalho foi concentrada no perfil de nível de ensino médio: 1.605 novos postos. No nível superior, foram criadas apenas  330 novas vagas.

A maior parte do saldo positivo de emprego de outubro (1.731 novos postos) foi preenchida por jovens entre 18 e 24 anos.

No entanto, o padrão salarial por faixa de idade e por perfil de escolaridade mostra que a remuneração paga aos jovens de 18 a 24 anos é 80% do salário médio dos admitidos na RMC e que os empregados com ensino médio recebem em torno de 86% dessa média. 

Por setor de atividade, seguindo a dinâmica de setembro, os destaques positivos continuam sendo as atividades de serviços: 996 novas vagas, especificamente 441 novos postos em atividades de comércio e administração de imóveis e 317 novos postos em atividades de alojamento e alimentação. Também as atividades de comércio apresentaram bom desempenho com a geração de mais 771 postos de trabalho.

No entanto, a Indústria de Transformação voltou a apresentar  saldo negativo de 156 vagas, o que foi puxado pelos segmentos alimentício (-225) e têxtil (-138), cuja tendência de queda no emprego vem sendo observada desde o mês de agosto. A Indústria Química, por outro lado, gerou 130 novos postos de trabalho.

Vale destacar que os salários médios pagos aos admitidos nas atividades industriais ficaram em torno de 17% acima da média paga na RMC, enquanto nas atividades de comércio, em torno de 13% abaixo. Nas atividades de serviços, por serem mais heterogêneos, apresentaram remunerações médias mais próximas da média da RMC.

A queda do emprego industrial não apenas aponta para a dificuldade de retomada do dinamismo das atividades industriais, mas também se torna especialmente preocupante, pois o emprego industrial tende a ser melhor remunerado, em média os salários dos contratados se situam em torno de 10% acima do valor pago aos admitidos na RMC.


Profa. Dra. Eliane Navarro Rosandiski

Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas (1992), mestrado em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (1996) e doutorado em Economia Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (2002).É professora-extensionista da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, com vínculo integral de 40 horas semanais. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Economia dos Recursos Humanos, atuando principalmente nos seguintes temas: mercado de trabalho, política pública e economia solidária. (Fonte: Currículo Lattes)


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