PROFESSOR EXTENSIONISTA
Profa. Dra. Eliane Navarro Rosandiski
Discentes:
Diego Pimenta Rodriguez
Luiz Henrique Pelegrini
Introdução:
Este informativo mensal monitora a evolução conjuntural do emprego na nos 20 municípios Região Metropolitana de Campinas (RMC). Com objetivo de construir uma série histórica de indicadores, as tabelas e gráficos são organizados e apresentados segundo os mesmos indicadores. Tais indicadores são construídos a partir dos dados disponibilizados pelo no painel Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (NovoCAGED), disponibilizado pelo Ministério do Trabalho e Previdência (MTP). Nesse momento, seguindo o calendário de divulgação do MTP, serão apresentados os dados de julho de 2022.
Os dados da PNAD-Contínua/IBGE apresentados no final do informativo ajudam a contextualizar evolução do mercado de trabalho local, também seguindo o padrão de divulgação, serão apresentadas as informações referentes ao último trimestre da pesquisa.
- Destaques
- No mês de julho a RMC apresentou 6.917 novos contratos de trabalho. Com esse desempenho a região já acumula 39.819 novos contratos em 2022.
- Esse comportamento positivo do emprego na RMC representou 10,3 do fluxo de empregos gerado em São Paulo. No acumulado, 8,8% do emprego gerado em São Paulo foi na RMC.
- Campinas com 2.067 segue na liderança de geração de novos contratos. Indaiatuba (793), Paulínia (751), Itatiba (682) e Americana (573) também se destacaram na geração de novos postos.
- A contratação de mulheres representou 41% do saldo de empregos.
- Por faixas de escolaridade, seguindo a tendência, observa-se que 66% do saldo de contratos foi preenchido por profissionais com médio completo.
- Por faixa etária os jovens de 18 a 24 anos tiveram participação relativa em 41% no saldo dos contratos gerados. Esse percentual é um pouco mais baixo do que a tendência registrada ao longo do ano, visto que a ampliação das faixas de 30 a 49 anos foi mais expressiva, juntas ocuparam 29% dos novos contratos.
- Por fim, por setor de atividade:
- Os maiores destaques na geração de vagas foram as atividades industriais e o comércio, juntos foram responsáveis por 50% dos novos contratos
- Neste mês de julho, os segmentos de serviços de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, perderam um pouco de dinamismo e geraram apenas 10% dos novos contratos de trabalho.
- A construção civil foi responsável por poupo menos de 15% do saldo de empregos.
Comentários:
Pela segunda vez no ano, o dinamismo da geração de emprego em RMC comparativamente à participação histórica no emprego gerado em São Paulo chama atenção. A RMC concentra cerca de 7,5% do estoque de emprego paulista e nesse mês de julho gerou cerca de 10,3% do emprego paulista. No acumulado do ano, cerca de 8,8% do emprego paulista está associado ao dinamismo das atividades econômicas da RMC. As atividades de serviços de informação e tem comunicação tem apresentado um dinamismo consistente com impactos importantes na demanda por trabalho, contudo neste mês de julho chamou atenção a geração de emprego nas atividades industriais. De um lado, atividades industriais se caracterizam por melhores padrões de remuneração e contratos menos flexíveis, ao passo que atividades de serviços tendem a gerar contratos mais flexíveis, tais como intermitentes e por prazo determinado. Vale destacar que cerca de 9,8% do fluxo de admissões em julho estava associado ao contrato mais flexível.
Como destacado vem sendo destacado nos informativos anteriores, esse comportamento positivo do emprego deve ser avaliado a partir contexto nacional. Informações do IBGE mostram que a despeito a recuperação da taxa de participação, agora 62,6% das pessoas com mais de 15 anos participam do mercado de trabalho, o desemprego ainda atinge 10 milhões de brasileiros. Além disso, esse processo de recuperação/recomposição do mercado de trabalho vem ocorrendo em ocupações informais, como resultado estima-se uma informalidade em torno de 37%. O padrão de remuneração confirma o cenário adverso no mercado de trabalho, visto que no ano há uma queda de 5% na remuneração média dos ocupados e dentre os empregados com carteira assinada a queda se situa em torno de 4%.
Assim sendo, a despeito da recuperação observada, as incertezas provocadas pelo efeito negativo da inflação no poder de compra das remunerações continua apontando para uma inevitável perda de potência da demanda interna como fator virtuoso de crescimento.
Seguimos acompanhando.
II. Quadros, gráficos e tabelas de desempenho do mercado de trabalho
Gráfico 1. Evolução do saldo do emprego na RMC – período: 2010 – 2022