Informativo Mensal Mercado de Trabalho na Região Metropolitana de Campinas Junho/2020

PROFESSOR EXTENSIONISTA

Profa. Dra. Eliane Navarro Rosandiski

Alunos:

Gabriel Villalba Nunes
Gabriela Duarte Pereira
Tomas Portásio Mainieri
Pedro de Brino de Oliveira

Introdução:

Este informativo foi elaborado a partir da divulgação dos dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) pela Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia. Neste número será apresentado o comportamento do mercado de trabalho no período de janeiro a maio de 2020.

Além de avaliar os fluxos de emprego formal na RMC, serão apresentados os dados de mercado de trabalho para o Brasil e São Paulo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD/IBGE).

  1. Destaques de janeiro a maio de 2020
  2. Em maio, a RMC perdeu 10.784 postos de trabalho. Apesar de essa queda representar cerca de 50% dos postos perdidos em abril, no acumulado a Região já perdeu mais de 32 mil postos de trabalho.
  3. A perda de postos de trabalho ocorrida nesse ano já superou a queda de emprego de 2016 e equivale a 80% do emprego perdido no ano de 2015, que foi o pior resultado do saldo na série histórica da evolução do emprego na RMC desde 2010.
  4. Por município, em termos absolutos, a maior queda de emprego em maio ocorreu em Campinas: menos 3.393 postos de trabalho. Em Valinhos, foram destruídos 2.053 postos de trabalho. Nos municípios de Indaiatuba e Sumaré, a magnitude das perdas foi de 1.913 e 1.509, respectivamente.
  5. Por características, observa-se, que no acumulado (de janeiro a maio), 60% das reduções de emprego atingiram trabalhadores com Ensino Médio, 30% com idade de 30 a 39 anos e 23% na faixa etária de 50 a 64 anos.
  6. Por sexo, o fluxo de demissões tem atingido igualmente homens e mulheres. Porém, considerando-se que mulheres são minoria no mercado de trabalho (44% na estrutura), pode-se inferir que as mulheres estão mais vulneráveis.
  7. Por setor de atividade, cabem algumas considerações:
  8. As atividades de comércio foram as mais atingidas, cerca de 37%, ou cerca de 11,2 mil desligamentos.
  9. Nos setores de serviços, os serviços de alojamento e alimentação tiveram uma queda de 6,6 mil postos e os de informação e comunicação reduziram pouco mais de 5 mil postos.
    • O índice de participação de pessoas no mercado de trabalho continuou caindo, passando para de 61,7% para 56,8%.
    • A População Ocupada sofreu queda de mais de 7 milhões de pessoas. E estima-se que 12,7 milhões de pessoas estejam numa situação de desemprego, que atinge o patamar de 12,9% da PEA.
    • Essa redução de pessoas ocupadas e da taxa de participação reflete a ampliação de situação de desemprego oculto pelo desalento, explicitada pelo desejo de trabalhar sem a procura efetiva de trabalho.[1]
    • Por condição de ocupação, a PNAD destaca a intensidade da redução do emprego assalariado, cerca de 2,3 milhões de pessoas com carteira. Chama atenção, porém, a intensidade do ajuste entre os informais: trabalhadores sem carteira (redução de 2,4 milhões), conta própria (queda de 2 milhões) e trabalhadores domésticos (queda de 1,1 milhão).
    • Por setor de atividade, os segmentos de serviços e comércio, alojamento e alimentação juntos perderam pouco mais de 2,4 milhões de postos de trabalho. E o setor industrial apresentou queda de 1,2 milhão de postos.

Comentários

  • Tais dados mostram que o ajuste do mercado de trabalho formal reflete a intensidade da crise que atinge a economia brasileira.
  • Os dados da PNAD apontam para continuidade da queda da massa de rendimento dos ocupados, que este mês caiu 24%. Além disso, a redução na taxa de participação confirma a ampliação da vulnerabilidade, em função do número de pessoas em situação de desalento.
  • Tanto para o Brasil como na RMC, pode-se dizer que as atividades de comércio e serviços de alojamento e alimentação seguidas pelas atividades industriais são as mais impactadas.
  • No mercado de trabalho formal da RMC, os desligamentos atingem os profissionais de Nível Médio, com idade de 30 a 39 anos.
  • Por fim, chama atenção o saldo positivo de contrações na modalidade intermitente.

II. Quadros, gráficos e tabelas de desempenho do mercado de trabalho

Gráfico 1. Evolução do saldo do emprego na RMC – período de 2010 até abril de 2020

Fonte: CAGED – Secretaria do Trabalho/Ministério da Economia, 2020.

Gráfico 2. Evolução do saldo de emprego na RMC em 2020

Fonte: CAGED – Secretaria do Trabalho/Ministério da Economia, 2020.

Tabela 1 – Evolução do emprego por municípios na RMC

Fonte: CAGED – Secretaria do Trabalho/Ministério da Economia, 2020.

Tabela 2 – Evolução do emprego na RMC, São Paulo e Brasil

Fonte: CAGED – Secretaria do Trabalho/Ministério da Economia, 2020.

Quadro 1 – Formas de contratação/desligamento no mercado de trabalho

Fonte: CAGED – Secretaria do Trabalho/Ministério da Economia, 2020.

Quadro 2 – Saldo de emprego por tipo de contrato e setor de atividade

Fonte: CAGED – Secretaria do Trabalho/Ministério da Economia, 2020.

Gráfico 3 – Saldo de emprego por Sexo – RMC, 2020.

Fonte: CAGED – Secretaria do Trabalho/Ministério da Economia, 2020.

Gráfico 3 – Saldo de emprego por Faixa Etária – RMC, 2020.

Fonte: CAGED – Secretaria do Trabalho/Ministério da Economia, 2020.

Gráfico 3 – Saldo de emprego por Faixa de Escolaridade – RMC, 2020.

Fonte: CAGED – Secretaria do Trabalho/Ministério da Economia, 2020.

Tabela 3 – Saldo Acumulado de emprego por Setor de Atividade – RMC, 2020.

Fonte: CAGED – Secretaria do Trabalho/Ministério da Economia, 2020.

Tabela 4 – Indicadores do mercado de trabalho nacional

Fonte: PNAD-Contínua / IBGE, 2020.

Tabela 5 – Agregados populacionais do mercado de trabalho nacional

Fonte: PNAD-Contínua / IBGE, 2020.

Tabela 6 – Agregados populacionais por condição de ocupação no mercado de trabalho nacional

Fonte: PNAD-Contínua / IBGE, 2020.

Tabela 7 – Massa de Remuneração no mercado de trabalho nacional

Fonte: PNAD-Contínua / IBGE, 2020.

[1] Vale destacar que o contrato intermitente representa uma modalidade de contrato em que o trabalhador fica à disposição da empresa e só recebe quando executa algum serviço.

[2] Que pode ser conceituada pelo desejo de trabalhar sem a procura efetiva de trabalho na semana de referência.


Profa. Dra. Eliane Navarro Rosandiski

Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas (1992), mestrado em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (1996) e doutorado em Economia Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (2002).É professora-extensionista da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, com vínculo integral de 40 horas semanais. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Economia dos Recursos Humanos, atuando principalmente nos seguintes temas: mercado de trabalho, política pública e economia solidária. (Fonte: Currículo Lattes)


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