Informativo Mensal Mercado de Trabalho na Região Metropolitana de Campinas fevereiro – março/ 2022

PROFESSOR EXTENSIONISTA

Profa. Dra. Eliane Navarro Rosandiski

Introdução:

Para monitorar a evolução do emprego segundo as mesmas variáveis, as informações disponibilizadas seguem o mesmo formato dos demais informativos mensais. As bases de dados utilizadas neste informativo são os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência (MTP). Em função da defasagem no calendário, neste informativo de fevereiro-março serão apresentados os os dados de janeiro de 2022.

Seguindo o mesmo padrão, os dados da PNAD-Contínua/IBGE apresentados no final do informativo ajudam a contextualizar evolução do mercado de trabalho local.

I. Destaques

  1. Estima-se que o estoque de emprego formal no início de 2022 seja de 944.717 trabalhadores na RMC. O saldo positivo de 3.852 vagas se soma a esse estoque.
  2. Vale destacar que o estoque de contratos formais de trabalho na RMC é 7,5% do total gerado no Estado de São Paulo. No entanto, o saldo gerado na RMC é equivalente a 8% do total gerado no Estado.
  3.  Em termos absolutos, com um saldo de 1.137 novos contratos, o município de Campinas manteve a liderança. Paulínia, com 408, Santa Bárbara d’Oeste, com 306, e Sumaré, com 266, também se destacam na geração de novos contratos de trabalho.
  4. Do total de contratos, 49% foram preenchidos por mulheres.
  5. Seguindo o padrão do ano de 2021, por escolaridade, o ensino médio continua sendo o perfil mais demandado, ocupando 61% dos postos. Porém, também 28% dos postos gerados em janeiro foram preenchidos por empregados com superior completo.
  6. Ainda seguindo o padrão, por faixa etária, 42% das contratações se concentraram na faixa etária de 18 a 24 anos, apesar de ter chamado atenção a contração nas faixas de 30 e 49 anos, com cerca de 29%.
  7. Em janeiro, por setor de atividade, o ajuste de emprego apresentou as seguintes especificidades:
    • O grande destaque foram as atividades do setor de serviços nas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras: 2 mil contratos equivalem a 50% deles.
    • O segundo destaque foi o setor industrial, com a geração de 1,6 mil novos contratos (42%).
    • A construção civil gerou 11% dos contratos.
    • No entanto, as atividades de comércio e serviços de alojamento e alimentação, juntas, apresentaram um saldo negativo de mais de 1,6 mil contratos.

Comentários

  • A taxa de crescimento dos contratos formais de trabalho se insere no contexto de redução do desemprego e recuperação da taxa de participação. Os dados do IBGE confirmam o crescimento do nível de ocupação. No entanto, também segundo as informações disponibilizadas pelo IBGE, a queda do desemprego vem foi acompanhada pelo aumento da informalidade.
  • Esse quadro pouco favorável à geração de empregos formais leva a uma redução no valor de remuneração média. Uma queda acumulada no ano de 10% no valor da remuneração dos ocupados e de mais de 8% no valor dos salários (empregados formais)  coloca em xeque a potência dos mecanismos de recuperação da demanda a partir do consumo das famílias.
  • Na RMC, a recuperação/recomposição do emprego no mercado formal de trabalho pós-crise sanitária confirmam a continuidade da estratégia de seleção de trabalhadores mais jovens e de trabalhadores com níveis de escolaridade compatíveis como o ensino médio. As atividades mais dinâmicas, como serviços de TI, sinalizam o impacto da pandemia na organização do trabalho: home office e e-commerce.
  • A queda de emprego gerada nas atividades de comércio e serviços de alimentação pode estar associada ao efeito inflacionário sobre o padrão /composição dos gastos das famílias.
  • Por fim, importante ficar atento que estes dados refletem o ajuste do mercado de trabalho, formulados com base nas expectativas de janeiro. Em 24 de fevereiro de 2022, a invasão da Ucrânia pela Rússia e as sanções econômicas impostas à Rússia colocam o mundo num novo patamar de incertezas, que, por certo, terá fortes efeitos sobre a economia brasileira. Em especial, ajuste nos preços de combustíveis, trigo e fertilizantes. Seguimos acompanhando.

II. Quadros, gráficos e tabelas de desempenho do mercado de trabalho


Profa. Dra. Eliane Navarro Rosandiski

Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas (1992), mestrado em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (1996) e doutorado em Economia Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (2002).É professora-extensionista da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, com vínculo integral de 40 horas semanais. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Economia dos Recursos Humanos, atuando principalmente nos seguintes temas: mercado de trabalho, política pública e economia solidária. (Fonte: Currículo Lattes)


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