PROFESSOR EXTENSIONISTA
Profa. Dra. Eliane Navarro Rosandiski
Alunos:
Gabriel Villalba Nunes
Gabriela Duarte Pereira
Tomás Portásio Mainieri
Pedro de Brino de Oliveira
Introdução:
Este informativo tem como objetivo apresentar as informações que possibilitam o acompanhamento da evolução do mercado de trabalho da Região Metropolitana de Campinas (RMC) em agosto de 2020. O Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgado pela Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia (ST/ME), constitui-se na principal fonte de dados para a construção dos indicadores do mercado de trabalho regional.
As informações divulgadas mensalmente pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios /Covid-19 (IBGE) ajudam a contextualizar a situação da RMC ante o mercado de trabalho nacional.
- Destaques em agosto de 2020
- Em agosto, a RMC, seguindo as tendências nacional e paulista, apresentou um saldo positivo de 6.211 novos postos de trabalho. Porém, a despeito desse resultado positivo, no acumulado, a Região apresenta ainda saldo negativo de 25,9 mil postos de trabalho, dada a intensidade do ajuste negativo do emprego ocorrido em abril de 2020.
- Depois de cinco meses com saldo negativo, o município de Campinas apresentou um saldo positivo de 1.838 novos postos de trabalho.
- Praticamente todos os municípios que compõem a RMC apresentaram saldos positivos expressivos na geração de emprego. Paulínia (778 vagas) e Hortolândia (354 vagas) seguiram o patamar anterior. Porém, Indaiatuba (446 vagas) e Nova Odessa (479 vagas) apresentaram uma recuperação significativa do emprego. E o saldo positivo de Sumaré (347 vagas) se soma ao iniciado em junho.
- Seguindo o movimento de recuperação do mês de julho, por escolaridade, 83% das vagas criadas foram preenchidas por trabalhadores com ensino médio e, por faixa etária, 53% das vagas foram ocupadas por jovens de 18 a 24 anos.
- A despeito dos indicadores positivos, seguindo a tendência de julho, em agosto, ainda se observa o saldo negativo de 527 vagas na faixa etária de 50 a 64 anos.
- Por setor de atividade, cabem
algumas considerações:
- Com a geração de 2.573 postos de trabalho, o destaque na geração de emprego foi o segmento de serviços de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas.
- O segundo maior destaque na RMC foi o desempenho da indústria de transformação, que seguindo a tendência de julho, em agosto, gerou mais 1.992 novos postos de trabalho.
- O saldo de 1.481 novos postos de trabalho mostra que as atividades de comércio continuam numa trajetória de recuperação.
- Infelizmente, a despeito desse cenário de recuperação, as atividades de alojamento e alimentação continuam perdendo postos de trabalho com muita intensidade na RMC.
- Por gênero, observa-se que apenas 1/3 dos novos postos de trabalho foi preenchido por mulheres.
- Por fim, os dados da PNAD-COVID19/IBGE trazem informações para a compreensão da evolução do mercado de trabalho nacional para o período de maio a agosto de 2020:
- Em agosto, o índice de participação de pessoas no mercado de trabalho subiu para 55,8%. Porém, tanto a ocupação como o desemprego aberto ampliaram.
- A proxy da informalidade ampliou para 33,9%.
- Com o acréscimo de mais 673 mil pessoas em busca de um posto de trabalho, em relação à taxa de desemprego aberto[1], o volume de desempregados chegou a 12,9 milhões de pessoas no mês de agosto.
- A população ocupada absorveu 658 mil pessoas em agosto. A despeito da ampliação do emprego assalariado, chama muita atenção a ampliação de 287 mil postos sem carteira e 217 mil por conta própria, visto que tais atividades, somadas ao emprego doméstico, têm a informalidade como traço característico.
Comentários
- Os dados de agosto sinalizam para a continuidade da recuperação do emprego depois de um intenso ajuste no primeiro semestre. Essa recuperação está sendo puxada pelas atividades de Serviços de Informação, Indústria de Transformação e Comércio. Jovens entre 18 e 24 anos, profissionais de Ensino Médio e homens foram os grupos mais beneficiados pela geração de emprego na RMC.
- O perfil desses empregos, que estão sendo recuperados nessa fase de flexibilização de funcionamento das atividades, confirma que tais postos de trabalho eliminados eram aqueles mais sujeitos à rotatividade.
- Além disso, em relação à recuperação de atividades industriais, provavelmente há um esforço para organizar os estoques para o fim do ano, mostrando que os programas federais protetivos do emprego e da renda (Auxílio Emergencial e Benefício Emergencial) asseguraram, até agora, uma demanda mínima.
- Em nível nacional, os dados apontam para uma retomada da busca por emprego. Como as vagas geradas não foram capazes de absorver todo o contingente, a taxa de desemprego se ampliou. E, infelizmente, a despeito do crescimento das vagas formais, a maior parte dos que conseguiram trabalho foi em ocupações informais.