PROFESSOR EXTENSIONISTA (PUC-Campinas):
Profa. Dra. Eliane Navarro Rosandiski
Destaques:
- No acumulado do ano, a Região Metropolitana de Campinas (RMC) apresentou um saldo de 14.232 novos postos, representando 6,6% de SP e 2,0% do saldo nacional.
- O município de Campinas recuperou seu dinamismo na geração de emprego na RMC: 594 novos postos. Também Santa Bárbara d’Oeste, Paulínia e Americana apresentaram saldos positivos na geração de emprego. No entanto, em Jaguariúna observou-se o saldo negativo de 246 postos de trabalho.
- Por escolaridade, tal como em setembro, e com mais intensidade, verificou-se que a geração de postos de trabalho novamente se concentrou no perfil de nível de ensino médio – 1.605 novos postos. Além disso, 1.731 vagas foram preenchidas com jovens entre 18 e 24 anos.
- A remuneração média por faixa de idade e por perfil de escolaridade mostra que a remuneração paga aos jovens de 18 a 24 anos é 81% do salário médio dos admitidos na RMC e que os empregados com ensino médio recebem em torno de 86% dessa média.
- Neste mês de outubro, 53% das novas vagas na RMC foram preenchidas por mulheres. No entanto, o salário médio das mulheres admitidas era em torno de 84% dos salários médios dos homens admitidos.
- Por setor de atividade, a dinâmica da geração de emprego continua sendo as atividades de serviços − 967 novas vagas − e de comércio − 771 novos postos. Dentre os segmentos do terciário, o destaque foi o comércio varejista, com saldo de 614 postos, mas com salário de R$ 1.475,40.
- No entanto, a Indústria de Transformação voltou a apresentar o saldo negativo de 154 vagas, em especial nos segmentos de produtos alimentícios e no têxtil e vestuário, este último ainda não reverteu sua tendência de queda. O saldo industrial só não foi pior pois o segmento da química continuou apresentando saldo positivo.
- Indicadores
As características do mercado de trabalho da Região Metropolitana de Campinas (RMC) são construídas a partir dos dados sobre o fluxo de admitidos e demitidos (CEGED) divulgados mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Em outubro de 2018, a RMC, com o saldo de 1.371 novos postos de trabalho, mesmo abaixo do observado em setembro, fez com que, no acumulado do ano, apresentasse um saldo de 14.232 novos postos, representando 6,6% de SP e 2,0% do saldo nacional .
O percentual de 4% de contratos por prazo determinado ou contratos intermitentes ficou abaixo dos 4,9% observados no Estado de São Paulo e de 6,2% no Brasil.
O salário médio dos admitidos na RMC foi de R$ 1.745,59. O salário dos admitidos com contrato intermitente ficou em torno de 57% do valor do salário médio dos admitidos na RMC. Por outro lado, o salário médio dos admitidos manteve a tendência e ficou 92% do valor do salário médio dos demitidos
O movimento de contratação e demissão continua sinalizando para a rotatividade no mercado de trabalho, visto que os demitidos apresentaram, em média, pouco mais de dois anos de serviço (25 meses). Os salários médios dos admitidos representam 90% do valor pago aos demitidos. Indicadores quanto à participação da mulher no mercado de trabalho mostram que 53% das novas vagas na RMC foram preenchidas por mulheres. No entanto, o salário médio das mulheres admitidas era em torno de 84% dos salários médios dos homens admitidos.
2. Perfil do emprego segundo características selecionadas
Os indicadores mensais do mercado de trabalho regional são complementados com as informações do saldo de emprego e salário médio segundo características específicas.
Campinas, Santa Bárbara d’Oeste e Paulínia apresentaram os melhores saldos de geração de emprego: 594, 262 e 191 novos postos, respectivamente. Na sequência de destaques, apresentam-se os municípios de Americana e Sumaré. No entanto, Jaguariúna apresentou um saldo negativo de 216 postos de trabalho.
Por escolaridade, tal como em setembro, verificou-se que a geração de postos de trabalho foi concentrada no perfil de nível de ensino médio: 1.605 novos postos. No nível superior, foram criadas apenas 330 novas vagas.
A maior parte do saldo positivo de emprego de outubro (1.731 novos postos) foi preenchida por jovens entre 18 e 24 anos.
No entanto, o padrão salarial por faixa de idade e por perfil de escolaridade mostra que a remuneração paga aos jovens de 18 a 24 anos é 80% do salário médio dos admitidos na RMC e que os empregados com ensino médio recebem em torno de 86% dessa média.
Por setor de atividade, seguindo a dinâmica de setembro, os destaques positivos continuam sendo as atividades de serviços: 996 novas vagas, especificamente 441 novos postos em atividades de comércio e administração de imóveis e 317 novos postos em atividades de alojamento e alimentação. Também as atividades de comércio apresentaram bom desempenho com a geração de mais 771 postos de trabalho.
No entanto, a Indústria de Transformação voltou a apresentar saldo negativo de 156 vagas, o que foi puxado pelos segmentos alimentício (-225) e têxtil (-138), cuja tendência de queda no emprego vem sendo observada desde o mês de agosto. A Indústria Química, por outro lado, gerou 130 novos postos de trabalho.
Vale destacar que os salários médios pagos aos admitidos nas atividades industriais ficaram em torno de 17% acima da média paga na RMC, enquanto nas atividades de comércio, em torno de 13% abaixo. Nas atividades de serviços, por serem mais heterogêneos, apresentaram remunerações médias mais próximas da média da RMC.
A queda do emprego industrial não apenas aponta para a dificuldade de retomada do dinamismo das atividades industriais, mas também se torna especialmente preocupante, pois o emprego industrial tende a ser melhor remunerado, em média os salários dos contratados se situam em torno de 10% acima do valor pago aos admitidos na RMC.