Informativo Mensal: Mercado de Trabalho na Região Metropolitana de Campinas, V.2, N.3, 2019

PROFESSOR EXTENSIONISTA (PUC-Campinas):

Profa. Dra. Eliane Navarro Rosandiski

Principais Resultados

  1. Apesar dos saldos negativos observados para o Brasil (-43.196) e São Paulo (-8.007), a RMC apresentou um saldo de positivo de 327 postos de trabalho.
  2. No acumulado do ano de 2019, o saldo de emprego gerado na RMC já representa 10% do emprego gerado no Estado de São Paulo e 4,2% do emprego nacional.
  3. Os municípios de Sumaré e de Campinas apresentaram as maiores quedas de emprego: -583 e -516, respectivamente.
  4. A maior ampliação de vagas foi na faixa de superior completo: 420 novos postos.
  5. A contração de vagas atingiu fortemente as pessoas com mais de 50 anos (-770 vagas). O saldo positivo (1.197) foi observado na faixa de 18 a 24 anos.
  6. Por gênero: observou-se o saldo negativo de -484 vagas entre as mulheres.
  7. Por setor de atividade, os saldos negativos se concentraram no comércio (-255) e na Indústria de Transformação (-223). 
  8. Especificamente no setor de Serviços, o saldo positivo deveu-se ao comportamento do ensino, que criou 340 novas vagas, e nas atividades de transporte e comunicação, com 294 vagas, compensando uma queda de 619 vagas no segmento de alojamento e alimentação.
  1. Indicadores

O fluxo de admitidos e desligados (CAGED) mostra que, em março de 2019, a RMC criou 327 postos de trabalho. Apesar da baixíssima criação de novos postos de trabalho, pode-se considerar este resultado da RMC positivo se comparado às quedas de 43.196 no emprego nacional e de 8 mil postos de trabalho no Estado de São Paulo. Em função dessa dinâmica, a participação da  RMC na geração de postos de trabalho, neste primeiro trimestre de 2019, passa a ser de 10% do total do emprego gerado no Estado de São Paulo e 4,2% do saldo nacional. Vale ressaltar que esses indicadores são superiores à média histórica de participação que é de 7% e 2%, respectivamente, no emprego paulista e nacional.

O valor médio da remuneração dos admitidos em março foi de  R$ 1.786, 97, valor acima do registrado em fevereiro, porém abaixo da média paulista. O valor médio das remunerações dos contratados é aproximadamente 90% do valor médio dos salários dos desligados. Os valores dos salários com contratados de forma intermitente e em tempo parcial ficam abaixo de 70% do salário dos admitidos. Tais formas de contrato representaram 0,5% do fluxo de admitidos.

A análise por sexo mostra que, apesar do saldo positivo, as mulheres apresentaram um saldo negativo de  -484 postos de trabalho neste mês de março. No fluxo de contratadas, observa-se que o salário médio pago às mulheres continua sendo em torno de 80% dos pagos aos homens.

2. Perfil do emprego segundo características selecionadas

As maiores quedas de postos de trabalho formais foram observadas nos municípios de Sumaré e de Campinas: quedas de 583 e de 516, respectivamente. Compensando estes números negativos, os municípios de Paulínia, Indaiatuba e Hortolândia apresentaram saldos positivos na geração de empregos: 375, 204 e 190 novos postos de trabalho, respectivamente.

O saldo de emprego foi positivo para os mais escolarizados: observou-se um saldo positivo de 420 novos postos para o superior completo e mais 250 novos postos na faixa do ensino médio. Porém, nas demais faixas, as demissões superaram as contratações.

As demissões, em março, atingiram mais fortemente as pessoas com mais de 50 anos (-770 vagas). E seguindo uma tendência da dinâmica de mercado de trabalho na RMC, o saldo positivo (1.197 postos) foi observado na faixa de 18 a 24 anos. Essa tendência ao crescimento do emprego nesta faixa etária foi verificada no mesmo mês do ano anterior e em fevereiro de 2019, porém os números absolutos são menores.

É importante destacar que a remuneração dos jovens de 18 a 24 anos (R$ 1.437,99) é cerca de 80% do valor dos salários dos admitidos na RMC.  

O comportamento acima descrito está associado à dinâmica do mercado de trabalho por setor de atividade. Os maiores saldos negativos, seguindo a tendência nacional, foram observados nas atividades do comércio (255) e na Indústria de Transformação (223). Os saldos positivos foram nos setores da Construção Civil (401), Administração Pública (115) e Serviços (101).

No caso da RMC, chama atenção que o saldo positivo no setor de Serviços foi menos intenso que o observado no mês de fevereiro e em março de 2018. O saldo positivo nos serviços deveu-se ao comportamento das atividades de ensino, que criou 340 novas vagas e nas atividades de transporte e comunicação, com 294 novas vagas, compensando uma queda de 619 vagas no segmento de alojamento e alimentação. Tendencialmente essas atividades vinham apresentando o maior dinamismo na geração de emprego nos serviços na RMC.

Vale destacar que esse comportamento favorável da geração de emprego tanto na Construção Civil como em atividades de Ensino apresentam um componente sazonal. Assim, é importante ficar atento aos efeitos da queda do emprego industrial na RMC sobre as atividades terciárias de comércio e serviços a elas relacionadas.


Profa. Dra. Eliane Navarro Rosandiski

Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas (1992), mestrado em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (1996) e doutorado em Economia Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (2002).É professora-extensionista da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, com vínculo integral de 40 horas semanais. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Economia dos Recursos Humanos, atuando principalmente nos seguintes temas: mercado de trabalho, política pública e economia solidária. (Fonte: Currículo Lattes)


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